segunda-feira, 25 de abril de 2011

DUAS DORES DE AMOR...

A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a
ausência do outro, com a sensação de perda,
de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não
conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a
vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de
beijos e abraços, a dor de virar desimportante
para o ser amado. Mas, quando esta dor passa,
começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade,
de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa.
Dói também...Na verdade, ficamos apegados ao amor
tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam
por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável,
é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas
para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi
caro por muito tempo, que de certa maneira
entranhou-se na gente, e que só com muito
esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a
"dor-de-cotovelo" propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira,
mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos
interessa mais, mas interessa o amo
que sentíamos por ela, aquele amor
que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas:
"Eu amo, logo existo".

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