Era
previsível, já que estamos mais para o fim do que para o início do ano, que,
afinal, o Supremo Tribunal Federal tomasse providências em relação aos
mensaleiros condenados no ano passado. Foram 25 ao todo. Até ontem, não se
tinha ideia de quando a corte tomaria decisão a respeito. Afinal, o presidente
do STF, Joaquim Barbosa, que retorna do seu afastamento, anunciou que a pauta
será marcada para meados de agosto. Mas não será nada fácil. Carimbar a
condenação e mandar os mensaleiros para as grades será um problema a mais. O
Supremo está sendo hábil porque seus ministros assistiram, de onde estivessem,
o movimento das ruas e o grito pela prisão dos mensaleiros que já passa do
tempo. Se as ruas atemorizaram os poderes, Executivo e Judiciário, é de se
supor que o Supremo sentiu o mesmo tremor do terremoto dos jovens. Sabem os
ministros que, bem provavelmente, a frente da corte se transformará num
acampamento infinitamente maior do que acontece à frente do edifício do
governador Sérgio Cabral. Haverá, no entanto, entraves jurídicos que
prolongarão a decisão. Por exemplo: ninguém sabe como o novo ministro da corte
agirá nos seus pronunciamentos. Não está fora de cogitações reviravoltas
envolvendo a condenação de réus por diferença de um voto. Mas isso é mera
suposição. O que merece foguetes, é que, afinal, presume-se agora que o ano não
fechará sem que os mensaleiros estejam fechados, trancados, olhando Papai Noel
pelas grades da prisão. Se houver impunidade, as manifestações certamente serão
pesadas.
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