Se
formos levar em conta que a Bíblia está dividida entre velho e novo testamento,
então, segundo o texto sagrado, o dízimo (e outras tantas leis do velho
testamento impostas aos judeus do êxodo), é uma lei que passou, que perdeu sua
validade, conforme Hebreus 8:13: “Se D'us fala de uma aliança nova é que ele
declara antiquada a precedente. Ora, o que é antiquado e envelhecido está
certamente fadado a desaparecer.” Não percamos de vista que o dízimo bíblico
era uma lei mosaica, direcionada apenas aos israelitas, conforme Malaquias 4:4:
“Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a quem prescrevi ordenações e
mandamentos para todo o Israel no monte Horeb”. Prosseguindo
com nosso raciocínio, paralelamente a lei do dízimo está a lei do sacerdócio
levita, conforme Hebreus 7:5: “Os filhos de Levi, revestidos do sacerdócio, na
qualidade de filhos de Abraão, têm por missão receber o dízimo legal do povo,
isto é, de seus irmãos.” Não há dúvida de que eram os filhos de Levi que estavam
imbuídos legalmente de autoridade em receber os dízimos, conforme o sacerdócio
que lhes tinham sido confiados. Agora, leiam o que disse D'us em Números
18:20,21: “O Senhor disse a Aarão: Não possuirás nada na terra deles, e não
terás parte alguma entre eles. Eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos
israelitas. Quanto aos levitas, dou-lhes como patrimônio TODOS (reflita TODOS!)
os dízimos de Israel pelo serviço que prestam na tenda de reunião.” Aqui não
resta nenhuma dúvida quanto a vontade de D'us de legar, confiar, entregar a
título de patrimônio material e espiritual aos sacerdotes levitas o direito
exclusivo de trabalhar com o dízimo. VC CONHECE ALGUM LEVITA (ou um legítimo
descendente
deles) EM
NOSSO DIAS? Reflita!
Com o advento da “boa nova” do Mestre Jesus, o sacerdócio levita foi
mudado, conforme Hebreus 7:12: “Pois, transferido o sacerdócio, forçoso é que
se faça também a mudança da lei.” E como a lei do dízimo foi modificada? Leiam
II Coríntios 9:7: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza
nem constrangimento. D'us ama o que dá com alegria.” Em outras palavras, a
doação deve ser espontânea e o valor é você quem decide, sem a imposição
pastoral de fixar percentuais de 10, 15 ou 20%. Esta é a lei do novo
testamento! E tem mais, a Bíblia adverte que se o cristão seguir a lei de
Moisés (e aí também inclua o dízimo), ele não será salvo, conforme Atos 13:39:
“Todo aquele que crê é justificado (salvo) por Ele de tudo aquilo que não pôde
ser pela Lei de Moisés.” E o que o Apóstolo Paulo ensinou quanto a relação que
os cristãos deviam manter com seus irmãos? Leiam em Gálatas 6:2 “Ajudai-vos uns
aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de
Cristo.” Portanto, fica evidenciado que a Lei de “Cristo” é uma e a Lei de
Moisés é outra. Quem quer que seja que utilize a Lei mosaica para induzir as
pessoas a pagar o dízimo age de má fé, com o único propósito de saciar seus
interesses materiais em detrimento dos espirituais, conforme Isaías 56:11
“...são cães vorazes e insaciáveis, são pastores que nada observam, cada qual
segue seu caminho em busca de seu interesse.” Finalizando, meditemos o que está escrito em Malaquias 3:10 e 11: “Pagai
integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha
casa. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos
abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito
além do necessário. Para vos beneficiar afugentarei o gafanhoto, que não
destruirá mais os frutos de vossa terra e não haverá nos campos vinha
improdutiva - diz o Senhor dos exércitos.” O “templo” a que o texto se refere é
o Templo de Salomão, e deste só restou um pedaço do muro, logo, não mais
existe. E as “bênçãos” prometidas por D'us pela boca do profeta Malaquias eram
simplesmente chuva, porque a agricultura era a maior e em alguns casos a única
fonte de renda e alimentação do povo de Israel e seus vizinhos naquela época,
bem diferente das “bênçãos” frequentemente prometidas em púlpitos protestantes,
tais como mansões, carros importados, empresas, iates, luxo e robustas contas
bancárias. NÃO DIGA AMÉM A TUDO QUE LHE É
APRESENTADO COMO SENDO A "VONTADE DE D'US". LEIA, PESQUISE, REFLITA E
USE SEU SENSO CRÍTICO!
“É difícil
libertar os tolos das correntes que eles veneram” (Voltaire).
Luiz Pedreira
Napoleão S Filho
Tarólogo
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