Empresa anuncia ser detentora de tecnologia VoIP (telefonia por internet).
'Não foi comprovada parceria com operadoras de telefonia', diz Fazenda.
Do G1, em Brasília 2000 comentários
A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda
informou que o modelo de negócios da Telexfree, empresa que anuncia ser
detentora de tecnologia VoIP (telefonia por internet), sugere um esquema
de "pirâmide financeira" – o que é crime contra a economia popular.
saiba mais
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- Propaganda da Telex Free usa Ferrari financiada por estelionatário, diz MP
Ministério Público de Mato Grosso
A suposta prática da empresa, que já está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso, consiste na formação da rede de divulgadores da tecnologia vendida pela empresa. O interessado precisa comprar o direito para tornar-se um divulgador da empresa e, então, passa a postar anúncios da Telexfree na internet e a convencer outras pessoas a aderirem ao sistema.
O MPE de Mato Grosso também achou indícios da prática de "pirâmide financeira" – uma vez que a remuneração por esse trabalho seria paga em dólares com o dinheiro captado com as novas adesões de divulgadores – o que é vetado pela legislação justamente por ser "insustentável" e por não revelar qualquer ligação de fato entre o marketing proposto e o produto vendido pela empresa. A propaganda da Telexfree usa uma Ferrari financiada por estelionatário, informou o MP.
Empresa não tem acordo com operadoras
A Seae do Ministério da Fazenda também informou, por meio de nota à imprensa, que não foi comprovada a parceria entre a Ympactus Comercial Ltda. ME, conhecida pelo nome fantasia Telexfree, e operadoras de telefonia móvel ou fixa – o que seria necessário para garantir a prestação do serviço de VoIP (voice over IP), conforme ofertado pela empresa.
Com base nas informações prestadas pela empresa, a Seae informou concluir que estão presentes "indícios" de duas possíveis irregularidades na relação comercial entre a Telexfree e os divulgadores membros da rede da organização. São elas: o estímulo à economia informal e a exigência de exercício de duas atividades laborais (como divulgador e como comerciante) para o recebimento de apenas uma.
A Seae informa ainda que a descrição das atividades econômicas principal e secundária da empresa não a autorizam praticar atividades de comércio. Por fim, informa que encaminhará suas conclusões ao Departamento de Polícia Federal e à 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, para que estes órgãos, caso entendam necessário, "promovam as devidas investigações sobre o caso".
Outro lado
O advogado da Telexfree, Horst Fuchs, defendeu, na última quarta-feira (13), o sistema de bônus da empresa como uma gratificação por desempenho do divulgador, afastando, segundo ele, a suspeita de que opere como esquema de pirâmide.
“Nós temos hoje uma forma de bonificação, uma forma de remuneração aos divulgadores da Telexfree que premia o desempenho, assim como qualquer vendedor, por exemplo, é premiado de acordo com o que ele vende”, afirmou na ocasião.
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